28/06/2011

O Diabo Mesquinho

Literatura russa é sempre uma boa pedida em dias frios.

"Seus sentimentos eram apáticos; sua consciência, uma engrenagem que corrompia e matava. Tudo o que chegava a ela transformava-se em infâmia e lama. Nos objetos, ele percebia apenas os defeitos, e isso o alegrava. Quando passava em frente a um poste reto e limpo, sentia vontade de entortá-lo ou sujá-lo. Ria com alegria quando sujavam algo em sua presença. Não havia objetos que ele pudesse amar nem pessoas por quem pudesse sentir afeição - por isso a natureza podia agir apenas em uma direção em seus sentimentos: esmagando-os. Para ele, ser feliz significava não fazer nada e, fechando-se no seu mundo, satisfazer as próprias vísceras."

O Diabo Mesquinho, Fjodor Sologub - Editora Kalinka

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...