14/11/2011

Oldboy e suas Rimas Visuais

As Rimas Visuais, na definição de roteiristas e cineastas, trata-se do uso de imagens e composições recorrentes em um filme para adicionar camadas de significado a uma narrativa. A repetição das imagens pode ser uma ferramenta poderosa para introduzir temas, motivos e imagens simbólicas. Essa técnica também pode ser usada para demonstrar o desenvolvimento dos personagens, informações importantes prenunciadas e criar significados associativos entre personagens que não são explícitos na história.

Oldboy (2006), de Park Chan-wook, tem um sistema de imagens complexo que usa a repetição de composições fílmicas e imagens simbólicas para adicionar profundidade emocional a uma história que trata sobre obsessão e vingança. As Rimas Visuais em Oldboy está fortemente integrado com sua narrativa; a repetição das composições e dos motivos não funcionam exclusivamente para adicionar camadas de significado, mas, às vezes, é uma parte ativa da história utilizada em pontos chave para apresentar a trama.

Oldboy também usa a repetição de várias maneiras para dar suporte às ideias centrais do filme, amplificando o impacto dramático da história. A Figura 1 mostra uma pintura para a qual Dae-su olha por todo o período (15 anos) em que estava preso; ela tem uma inscrição que diz "Ria e o mundo vai rir com você. Chore, e você vai chorar sozinho" (uma citação de Solitude, poema de Ella Wheeler Wilcox).

A expressão sobre o rosto na pintura é ambígua, o que torna difícil afirmar se o personagem (um homem com os traços de Dae-su) está sorrindo ou chorando. A Figura 2 é de uma das últimas cenas no filmes, exibida após Dae-su ter aparentemente apagado a memória. Como o homem na pintura, é difícil dizer se Dae-su está sorrindo ou chorando.

A repetição das composições e circunstâncias no enredo, sugere que existe uma conexão fatídica entre Dae-su e Jin Woo (o homem que o aprisionou), indicando, talvez que nos seus esforços para vingar-se um do outro, seus comportamentos obsessivos os transformaram em pessoas muito parecidas. No momento do confronto final, sua semelhança é tão acentuada que mesmo o simples ato de vestir uma camisa está visualmente conectado pelo uso de composições quase idênticas e ênfase narrativa, com um close-up extremo em suas mãos abotoando as respectivas blusas.

O sistema de imagens em Oldboy também usa a repetição para mostrar o crescimento e a mudança do personagem. A Figura 15 mostra Dae-su no início do filme, segurando uma foto da sua família enquanto estava bêbado em uma delegacia; durante seu confronto final com Woo-jin, essa composição se repete quando ele mostra a foto foto da irmã de Woo-jin (Figura 16). Dessa vez, porém, Dae-su parece focado, determinado e ameaçador. Ele essencialmente tornou-se um novo homem, transformado pelo seu martírio.

Um uso muito comum de um sistema de imagens inclui a repetição de uma imagem especialmente fácil de lembrar quase no final de um filme, sugerindo ao público que a história de uma volta completa e, portanto, está prestes a terminar. A Figura 17 mostra Dae-su sendo libertado da sua prisão no início do filme após uma sessão de hipnose, enquanto na Figura 18 o mostra na última cena do filme, depois que ele acorda de mais uma sessão de hipnose projetada para fazê-lo esquecer de terríveis acontecimentos do passado.

Esse uso específico de um sistema de imagens é muito comum entre os cineastas. Uma das razões é que a repetição de imagens do início do filme com as do final, faz mais do que fazer a história dar uma volta completa, mas também dá ao público a impressão da conclusão narrativa sem questões não resolvidas, mesmo se esse não for o caso.

Afora todos esses detalhes aqui apresentados, Oldboy é um filme para ver e rever diversas vezes, a construção da narrativa é primorosa, atuações incríveis e sem falar que o roteiro tem a sua forma por si só. Aqui vai um aperitivo para quem ficou na vontade de ver o filme. Esta cena postada logo abaixo foi considerada a melhor cena de lutas de todos os tempos, não sei por quem, mas que é uma cena marcante, não tenho dúvidas.





23/10/2011

Música e Design

Depois dos anos 60, a música e o design estreitaram seus laços. Esta aproximação fortaleceu tanto a imagem dos artistas, quanto o segmento musical, que também começou a usufruir dessa proximidade entre as artes. Algumas capas de discos, como as de Andy Warhol para os Rolling Stones e Velvet Underground, como também as de Storm Thorgerson para o Pink Floyd e de Peter Saville para o Joy Division e New Order, fazem parte da história da música, uma vez que transcendem a criação gráfica. São quase tão ícones quanto os próprios artistas.

Esse vínculo entre a música e design se intensificou a partir dos anos 60 com o crescimento dos movimentos sociais. O design era uma importante ferramenta para expressar as mesmas ideias de paz, amor e liberdade que estavam contidas nas músicas, shows, roupas e experiências com drogas.

Sendo utilizado como meio comercial, o design gráfico começou a exercer um papel fundamental, principalmente porque a indústria cultural buscava se apropriar desses importantes ícones dos movimentos sociais, e os devolver digeridos na forma de produtos gráficos, decoração, roupas e acessórios. Neste cenário, capas de discos, pôsteres e as roupas utilizadas eram tão importantes quanto a mensagem das músicas, já que criavam uma imagem que era lembrada e associada ao discurso.

Nos anos 70, a indústria fonográfica, que havia sido alavancada pelos movimentos da década anterior, já movimentava direta e indiretamente muitos negócios. A rebeldia colorida e ingênua dos anos 60 havia sido substituída pela melancolia e agressividade do movimento punk, que, depois de ser influenciado pela moda, se tornaria também produto de consumo.

Neste cenário, começaram a surgir também gravadoras independentes, que tinham no design das capas dos álbuns uma de suas poucas formas de divulgação, visto que a verba para anúncios e campanhas publicitárias costumava ser bastante limitada nesse meio. No final dos anos 70, foi criada a Factory Records, na cidade de Manchester, Inglaterra.

Com essa gravadora, foi possível dar visibilidade ao trabalho de diversas bandas locais, como Joy Division, que ficou conhecido por mesclar os acordes e o vocal do punk com batidas eletrônicas. Mais tarde, após a morte do vocalista Ian Curtis, seria rebatizado de New Order. O trabalho de design gráfico desenvolvido para os álbuns do Joy Division e do New Order foram fundamentais para construir a imagem dessas bandas como grandes representantes dos anos 80.

Em entrevista, o designer Peter Saville afirmou que ele tinha liberdade total sobre o que seria feito na Factory Records e isso lhe deu a possibilidade de desenvolver capas de disco como ele mesmo gostaria de ter em sua prateleira. Em suas criações, Peter traduziu a narrativa dos trabalhos dos músicos para o universo gráfico. E tudo que estes artistas buscavam expressar em seus trabalhos artísticos era entregue ao público como algo tangível por meio do trabalho do designer.

O valor que as artes dos discos asseguravam para os músicos era muito maior do que se vê nas imagem dos CDs. As capas dos Long Play's eram por si só uma peça de comunicação. Seguramente, podemos dizer que algumas criações gráficas conseguiram extrapolar o simples limite de uma embalagem, tornando-se símbolos de uma época. Assim como o próprio Joy Division, por exemplo, foi símbolo de um novo movimento e de uma nova geração.

Texto de Ericson Straub.

21/10/2011

Fahrenheit 451 - Livro pro Fds

Em 1933, quando os nazistas queimaram em praça pública livros de escritores e intelectuais como Marx, Kafka, Thomas Mann, Albert Eistein e Freud, o criador da psicanálise fez o seguinte comentário: "Que progressos estamos fazendo. Na Idade Média, teriam queimado a mim; hoje em dia, eles se contentam em queimar meus livros".

Fahrenheit 451 goi publicado em 1953, mas sua ação se passa num futuro não muito distante dessa época. No enredo não há nada de futurista  em sua paisagem; não há grandes aparatos tecnológicos ou qualquer clichês do gênero. Um destaque narrativo é que as casas são à prova de combustão, por isso, os bombeiros desempenham agora uma nova função: atear fogo.

Este livro do fabuloso escritor Ray Badbury, se encontra nas categorias das distopias. Em geral associadas ao gênero da "ficção científica", as distopias são a descrição de um lugar fora da história, em que tensões sociais e de classe estão aplacadas por meio da violência ou do controle social. Como o próprio nome já diz, a distopia é o contrário da utopia, ou seja, uma "utopia negativa".

Este clássico de Ray Bradbury foi filmado pelo genial diretor francês François Truffaut em 1966, com Oscar Werner no papel principal, Fahrenheit 451 é não só uma crítica à repressão política mas também à superficialidade da era da imagem, sintomática do século XX e que ainda parece não esmoecer.

20/10/2011

Palavras e imagens em uma Cascata de Água


Aquascript rompe fronteiras tradicionais de transferência de informação contemporânea. É uma cachoeira de informações dinâmicas que tem um impacto sensorial fascinante. Ela fornece uma forma única para mostrar informações em tempo real, oferecendo uma experiência estimulante. O sistema de computador e software sincroniza centenas de válvulas expelindo gotas de água sobre a demanda que resultam em um mapa de bits facilmente de serem distinguidos.


Pode-se dizer que esta técnica trata-se de um chafariz evoluído, uma vez que ao trabalhar com efeitos de velocidade e iluminação dá a impressão de que as gotas de água pareçam grãos de areia -foi a impressão que tive na primeira vez que visualizei o vídeo abaixo, feito no Japão, impressão que foi reforçada pelo barulho que a água faz ao cair no anteparo.


Aquascript pode ser usado em ambientes fechados ou ao ar livre e é ideal para eventos, exposições, conferências, locais de festas / clubes, produção teatral, átrios, áreas de recepção, edifícios/espaços públicos, parques, shoppings e hotéis.


19/10/2011

O mundo é uma bolha

É através do reflexo de bolhas de sabão, que o fotógrafo americano Tom Storm está registrando sua visão do mundo que nos cerca. Esta sua ideia foi batizada de The World in a Bubble Project, com a qual o fotógrafo tem como objetivo viajar para grandes centros urbanos e registrar o reflexo de paisagens ícones através do reflexo de uma simples bolha de sabão. O resultado impressiona pela beleza.

Storm desenvolveu a técnica por acaso em 2006, ao fotografar bolhas de sabão em Galway, na Irlanda, e tempos depois percebeu um mundo de detalhes refletidos nas bolhas. As obras do fotógrafo além de inspiradoras, são uma ótima desculpa para viajar pelo mundo e fotografar pontos turísticos. E o mais legal é que, segundo Storm, o photoshop só é usado para fazer ajustes de níveis e cortar as imagens, nada de layers, máscaras ou filtros. Aprecie.

Prefeitura - Philadelphia, EUA

Monastério das Cavernas - Região da Capadócia, Turquia

Monumento a Washington - Washington, EUA

Portão Brandemburgo - Berlim, Alemanha

Cloud Gate - Chicago, EUA

Fiorde de Geiranger - Geiranger, Noruega

Flushing Meadows Park - Queens, EUA

Fonte de Netuno - Gdansk, Polônia

Moinhos de Vento - Copenhagen, Dinamarca

Times Square - New York, EUA

18/10/2011

Porque a semana tem 7 dias?

A semana tem 7 dias porque são necessários sete dias , aproximadamente, para a Lua trocar de uma fase para a outra. Esta divisão era, ainda na Antiguidade, quase universal. Na Roma antiga era chamada Septmana - sete manhãs. Os babilônios talvez tenham sido os primeiros a utilizá-la. Eles deram como nomes desses dias os mesmos dos planetas que conheciam (os cinco planetas visíveis a olho nu que conhecemos hoje acrescidos do Sol e da Lua). Esta prática, muita antiga, foi adotada pelos romanos e outros povos europeus influenciados por estes.

*Em espanhol e em francês foi alterada a nomenclatura do domingo e do sábado; a justificativa é a mesma da língua portuguesa (ver adiante).
**Na língua saxã, Tiw, Woden, Thor e Friga representam os deuses correspondentes na mitologia nórdica a Marte, Mercúrio, Júpiter e Vênus. Esta língua influenciou - serviu de base - para as línguas inglesa e alemã.

Como podemos perceber pela tabela, os dias estão ordenados da seguinte maneira: dia do Sol, dia da Lua, dia de Marte, dia de Mercúrio, dia de Júpiter, dia de Vênus e dia de Saturno. Este origem atribui-se ao hábito, na Antiguidade, de dedicar-se cada hora e cada dia a um planeta que influenciaria esta hora ou este dia. Os planetas eram ordenados do mais afastado para o mais próximo; o planeta que influenciaria a primeira hora do dia era também o planeta daquele dia.

A língua portuguesa não dividiu os dias segundo o nome dos planetas, porque no começo do Cristianismo a Páscoa durava uma semana, sendo o trabalho reduzido ao mínimo possível e o tempo destinado exclusivamente a orações. Esses dias eram os feriaes, ou seja, feriados. Para enumerar os feriaes, começou-se pelo sábado, como os hebreus faziam. O dia seguinte ao sábado seria o feira-prima (domingo), depois seria o segunda-feira, e assim por diante.

O sábado origina-se de Shabbath, dia do descanso para os hebreus. O imperador Flávio Constantino (280-337 d.C.), após se converter ao Cristianismo, substituiu a denominação de Dies Solis ou Feria-prima para Dominica (dia do Senhor), que por sua vez foi adotada por povos latinos.

16/10/2011

Rio Comicon 2011

Entre os dias 20 e 23 de outubro o Rio de Janeiro (Capital) será palco do Rio Comicon 2011, um dos maiores eventos internacionais sobre quadrinhos. Exposições nacionais e internacionais, palestras debates, oficinas e apresentações de vídeos e trabalhos de artistas independentes ocuparão a Estação Leopoldina. Com foco na disseminação da cultura dos quadrinhos para o grande público, o Rio Comicon também busca fomentar o mercado editorial de quadrinhos no país.

Os temas centrais desta edição do evento serão o mangá e os super-herois. Os organizadores do evento destacam a importância dessas duas vertentes de quadrinhos e a importância de discuti-las e disseminá-las. O Rio Comicon abrigará uma mostra especial com trabalhos do estúdio japonês CLAMP, que reúne mulheres conhecidas como as rainhas do mangá, além de homenagear os 75 anos da DC Comics, famosa editora norte-americana de histórias em quadrinhos, responsável por ícones como Superman, Batman, Mulher Maravilha e também detentora do selo Vertigo, que é focado no mercado de HQ's com temática adulta.

Entre os destaques na lista de convidados, com cerca de 30 nomes, estão o inglês Chris Claremont, criador dos X-Men, e o norte-americano Peter Kuper, conhecido por suas transposições de obras como de Franz Kafka para HQ`s. Haverá ainda mostras de filmes e documentários, oficinas, sessões de lançamento de livros e quadrinhos e desfiles de cosplay. A seção Plataforma de Desenhistas reunirá astistas que desenharão e autografarão suas obras para o público.
Estação da Leopoldina

Rio Comicon 2011
20 a 23 de Outubro
Das 10h às 22h
Estação Leopoldina - Avenida Francisco Bicalho, s/n - São Cristóvão.

15/10/2011

O Comunismo é uma religião

A análise mais interessante que se faz do comunismo é considerá-lo uma religião - uma das religiões da salvação terrena. Assim como o cristianismo, o socialismo se baseava em paisagens idílicas. Se os cristãos lutavam para ir ao céu, os comunistas buscavam trazer à Terra. Lutavam pela sociedade revolucionária, um lugar tão perfeito e irreal quanto o paraíso.

Como as grandes religiões, o comunismo tinha visões do paraíso, como também tinha culpados pelo pecado original. "Se atribuímos nosso estado ruim a outros ou a nós mesmos - aprimeira coisa faz o socialista, a segunda, o cristão, por exemplo - é algo que não faz diferença", escreveu Friedrich Nietzsche em O Crepúsculo dos Ídolos, de 1888.

Mesmo na história do Brasil, em que o comunismo não passou de um plano, é fácil compará-lo a uma religião. As organizações deixaram à mostra o fato de serem muito parecidas com religiões ou seitas radicais. Diversas tinham rituais de iniciação, como batismos, baseados na idolatria fanática a personagens míticos. No caso brasileiro pode-se dar o exemplo do Grupo dos Onze, do qual Leonel Brizola fazia parte, onde em sua iniciação o novo companheiro deveria fazer a leitura em voz alta da carta-testamento do presidente Getúlio Vargas.

Movimentos revolucionários costumam colocar seu ideal político acima dos valores individuais e das regras tradicionais da vida. Cria-se assim uma superioridade moral que lembra a dos cristãos nas cruzadas - um pensamento do tipo "eu luto por um mundo justo, uma sociedade sem contradições,, portanto posso matar e roubar em nome desse ideal sagrado".

Fonte: O texto foi retirado do livro "Guia politicamente incorreto da história do Brasil", de Leandro Narloch.

11/10/2011

Singela Homenagem a Steve Jobs

Em 1986 Steve Jobs comprou a Graphics Group, companhia que era parte de um divisão da LucasFilm. Na época e empresa custou apenas US$10 milhões, após a aquisição a companhia foi rebatizada como "Pixar", um pseudo-verbo que em espanhol significa "fazer pixels". No princípio a Pixar era um empresa que produzia e vendia hardware (tarefa nas quais Jobs tem experiência). Entretanto esta atividade não deu muito certo, os hardwares não fizeram muito sucesso, mas foi dessa dificuldade que surgiu a parceria com os Estúdios Disney, com o qual firmaram contrato de US$26 milhões para fazer três longas animados. O primeiro foi Toy Story, e o resto já entrou para a história.

Ao receber o Oscar de Melhor Animação de 2004 por Os Incríveis, o Diretor Brad Bird declarou: "Eu só quero agradecer à minha Snta Trindade da Pixar - ao presidente Ed Catmull que é como se fosse o Pai, ao meu bom amigo o também diretor John Lasseter, que representa o Filho, e a Steve Jobs, que bem vocês sabem é o espírito santo."

Confira este vídeo que é um copilação de 500 cenas de 11 filmes da Pixar em apenas 7 minutos, "The beauty of Pixar".

07/10/2011

A menina que roubava livros - Livro pro fds

"Quando a morte conta uma história, você tem que parar para ler." Esta é a frase que me convidou a prestar atenção neste romance do australiano Markus Zusak, escrito em 2005. Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores romancistas da atualidade, sendo batizado por críticos australianos e norte-americanos como um "fenômeno literário".

Como a frase inicial do post aponta, A menina que roubava livros tem como narradora a Morte. Esta saída literária torna o enredo inusitado, visto que o ponto de vista de quem narra é oposto ao de quem lê. Isso fica ainda mais evidente, visto que o período que o enredo da história percorre é um dos quais a Morte mais teve trabalho, a Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, o personagem principal da história não é a Morte, e sim Liesel Meminger. Uma garota que encontra a narradora três vezes no período entre 1939-45 na Alemanha Nazista. E é nestes encontros que nasce na Morte a vontade de contar a história da roubadora de livros que ousou viver e sobreviver este período tão ardo, e proveitoso para a Morte.

Como diz no livro, um dia todos irão conhecer a Morte, mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena. Selecionarei uns trechos do livro, onde a excelente narrativa de Markus Zusak se faz presente de forma primorosa.

"Primeiro, as cores. Depois, os humanos. Em geral, é assim que vejo as coisas. Ou, pelo menos, é o que tento."

"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-las."

"Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pausada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente."

05/10/2011

Post-its com Criatividade

Que tal transformar seus afazeres diários em um criativo desenho na janela do escritório para alegrar o seu dia e dos que passarem pela rua? Sim, pode haver muita criatividade ainda que sejam em pequenos pedaços de papel. Na França, post-its formando imagens divertidas se espalham pelas janelas de escritórios, lojas e casas. A ideia está por toda web e agora, se você quiser participar da Post'it War, basta tempo e disposição.

Esta ideia se tornou um movimento popular de grande popularidade no verão francês de 2011. Onde diversos prédios comerciais com suas fachadas vazadas, ganharam um ar mais criativo, próximo, irreverente, ou seja, vivo. Como diz o site da campanha, declare você também, guerra aos seus vizinhos! 


















04/10/2011

Filósofos Alquimistas

A Alquimia é considerada uma das mais antigas ciências da humanidade e que deu origem a diversas outras. E é por isso que é impossível classificá-la apenas como uma única ciência, uma vez que nela se inclui diversos elementos místicos e filosóficos, além de uma rica linguagem simbólica, características que foram implementadas por uma de suas vertentes, a química.

A prática da Alquimia na China era ligada ao Taoísmo, ensinamento filosófico-religioso chinês (ver o livro: O Tao da Física). Na Índia, era associada à filosofia védica e, no Antigo Egito, ao deus Thoth, divindade associada à figura lendária de Hermes Trimegisto.

Ainda no Egito, na cidade de Alexandria, a Alquimia recebeu influência da filosofia neoplatônica, que se baseava no conceito de que a matéria, apesar de múltiplas aparências, era formada por uma substância única.Esta seria a justificativa para a transmutação almejada pelos alquimistas através da fusão dos quatro elementos fundamentais da Antiguidade: fogo, ar, água e terra.

Independente de qualquer coisa, a Alquimia floresceu realmente por volta do século VII, ocasião em que os povos árabes invadiram o Egito e traduziram o grande acervo de obras para os idiomas árabes e sírios. Por volta do século X, os muçulmanos introduziram a Alquimia na continente europeu através da Península Ibérica (durante o período da ocupação Moura).

Entre os alquimistas mais célebres da história, destacam-se os filósofos Tomás de Aquino e Francis Bacon.

03/10/2011

Duelo Ninja - stop motion

Olivier Trudeau é o nome do artista que deu vida aos bonecos nessa animação incrível. Transformar bonecas Barbie em Ninjas, com perfeição de detalhes, só um artista de verdade é capaz.





02/10/2011

Curso 4 vezes Freud - RJ

Durante o mês de Outubro será apresentado um Curso, gratuito, sobre o pensamento freudiano no Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, localizado no Antigo Palácio da Justiça, próximo à Praça XV, prédio colado ao TJ-RJ no Centro da Cidade. O edifício foi construído originalmente em 1926 para abrigar o Palácio da Justiça do Distrito Federal abriu suas portas em novembro do ano passado, após obras de modernização e restauro no biênio 2009-2010, para oferecer à população um novo espaço cultural no coração da cidade do Rio de Janeiro.

As aulas serão ministradas durante todas as segundas-feiras de Outubro, dias 10, 17, 24 e 31; horário é das 18:30 às 20:30. Como o curso é gratuito eles tem um número limite de 70 alunos, pois a sala não permite mais. Aos interessados, recomendo que entrem logo em contato através do telefone: 3133-3366 ou 3133-3368, pelo e-mail ccpjrio@tjrj.jus.br; ou então vá pessoalmente ao Palácio da Justiça e busque informações. Agora vamos falar do conteúdo do curso.


Ao estilo "faça o curso e leia o livro", foram reunidas as quatro autoras da coleção Para ler Freud, da editora Civilização Brasileira, para falar dos temas desenvolvidos em seus volumes. A proposta é apresentar ao leigo, ou mesmo ao participante iniciado na obra de Freud, alguns de seus principais temas. Ao mesmo tempo, o curso tratará da relevância da reflexão freudiana para a compreensão de temas contemporâneos na psicanálise e na cultura em geral.

Dia 10/10 - Histeria - O princípio de tudo
Por: Denise Maurano
Vamos ao princípio de tudo - a histeria como ponto de partida da invenção freudiana da Psicanálise. Pretendemos oferecer certas contextualizações, certas chaves interpretativas, que podem vir a esclarecer e situar os fundamentos, a ética e a orientação metodológica que nortearam o pai da Psicanálise na construção de sua obra.

Dia 17/10 - Psicopatologia da vida cotidiana - Como Freud explica
Por: Silvia Alexim Nunes
Ao criar a Psicanálise, Freud formulou uma nova maneira de pensar a constituição psíquica dos indivíduos e suas diferentes formas de sofrimento. Assim, rompeu com a visão biologizante e organicista que era hegemônica na Psiquiatria e na Psicologia da virada do século XIX para o século XX. Seguindo as elaborações freudianas, pretende-se apontar que essas duas vertentes - organicista e psicanalítica - constituem ainda hoje, no século XXI, um campo aberto de debate no que diz respeito à maneira de pensar a condição humana e o adoecer.

Dia 24/10 - Luto e melancolia - À sombra do espetáculo
Por: Sandra Adler
Reflexão, com base no texto feudiano escrito em 1915, sobre a melancolia e as depressões, tanto no contexto social da Europa em meados do século XX quanto hoje, diante do mundo globalizado.

Dia 31/10 - O mal-estar na civilização - As obrigações do desejo na era da globalização
Por: Nina Saroldi
Em 1929, Freud afirma que a cultura depende da renúncia à satisfação direta das pulsões sexuais e dos impulsos agressivos, o que gera um mal-estar inescapável para os homens em sua vida íntima e em seus contatos sociais. Por outro lado, a inventividade exigida pela cultura nos traz outras satisfações das quais nos orgulhamos. Retornaremos à tese principal do escrito de Freud e nos propomos a responder à pergunta: o mal-estar de que Freud melhorou em nossos dias?

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