Um peixe chamado Yorick e uma gata chamada Montaigne. Uma jovem estudante de filosofia que persegue um velho professor pelos corredores da universidade. Dois adolescentes que descobrem em suas deficiências motivos para se unir. Uma jovem militante de esquerda que escreve cartas a Mao. Uma teoria psicológica que explica tudo. O curso de Filosofia da Universidade de Buenos Aires como ponto de partida para analisar o mundo.
O mundo como um emaranhado de teorias impossíveis, iluminadas e fugazes: teorias selvagens, para aqueles que estão andando em um vazio infinito 2.0. A narrativa de Pola Oloixarac é irresistível. Para exemplificar destaquei três trechos do livro, onde suas palavras encantam.
"Pablo tivera uma juventude exatamente assim. Os espelhos não inquietavam o fundo do corredor, mas a rápida sala de estar de sua alma desesperada; os espelhos abomináveis eram a evidência que desterrava a cópula - a possibilidade da cópula. A etimologia demonstra que espelho compartilha raiz com species; o espelho demonstra a espécie e, equivalentemente, a especulação que leva a tentar se sentir especial."

"Debaixo do céu negro, atravessado de luzes, a construção esférica do Museu Planetário parecia uma tarântula enorme. Era uma festa multitudinária ao ar livre; hordas humanas serpenteavam em todas as direções, as luzes giravam poderosas, a frequência dos baixos fazia a terra tremer e as sombras das árvores circundantes desapareciam contra as formas cegas do céu."
Pola foi uma das convidadas para a FLIP deste ano, sua passagem por Parati não ficou sem um registro. Esta frase é um link para uma entrevista do G1 com a escritora argentina.
"A prosa de Pola Oloixarac é um grande acontecimento na nova narrativa argentina. Seu romance é inesquecível, filosófico, selvagem e muito sereno." Ricardo Píglia, escritor argentino.
"Uma das melhores narradoras jovens em espanhol." Revista Granta.
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