
A obra narra o desembarque forçado de navegadores em uma ilha chamada Bensalém, cuja localização permanece secreta e que não figurava nos atlas e mapas da época. A população local possuía uma cultura elevada e vivia sob um regime político perfeito e científico. Dirigida por sábios, a ilha tinha um grande centro de pesquisas, a Casa de Salomão, dedicado às investigações científicas e tecnológicas, pois o avanço dos conhecimentos científicos era a garantia da felicidade de seus habitantes.

A forma como descreveu a Nova Atlântida demonstra que Bacon tinha como ideal um Estado liberal e burguês, já que ele não fala sobre a existência da nobreza. Ao criar uma civilização técnica e científica, Bacon modificou não apenas as relações entre o homem e o mundo, mas criou uma nova relação fundamental entre os seres humanos, na qual as relações de dominação vigentes até então, baseadas no poder econômico ou religioso, perderam seu valor.
Expressa no estilo direto, que caracteriza clássicos da literatura inglesa, Nova Atlântida descreve edifícios elevados e túneis escavados no solo para a pesquisa científica. Neste trabalho, Bacon retratou uma visão do futuro da descoberta e do conhecimento humano e previu a moderna universidade da pesquisa. Os observatórios astronômicos e aceleradores de partículas atuais seriam, provavelmente a materialização dessas descrições feitas pelo filósofo.
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