29/06/2011

Vincent - Primeiro trabalho do Tim Burton

Este curta foi inspirado em um poema escrito pelo próprio Tim Burton. Foi elaborado enquanto ele ainda trabalhava nos Estúdios Disney, a verba para a realização foi de US$ 60 mil. A inspiração para o poema, e consequentemente o curta, foi a infância vivida pelo diretor que assistia muitos filmes B de terror, principalmente os filmes em que Vincent Price atuava e também as versões de livros de Edgar Allen Poe.
É simplesmente genial.


Vincent

Vincent Malloy is seven years old
He’s always polite and does what he’s told
For a boy his age, he’s considerate and nice
But he wants to be just like Vincent Price

He doesn’t mind living with his sister, dog and cats
Though he’d rather share a home with spiders and bats
There he could reflect on the horrors he’s invented
And wander dark hallways, alone and tormented

Vincent is nice when his aunt comes to see him
But imagines dipping her in wax for his wax museum

He likes to experiment on his dog Abercrombie
In the hopes of creating a horrible zombie
So he and his horrible zombie dog
Could go searching for victims in the London fog

His thoughts, though, aren’t only of ghoulish crimes
He likes to paint and read to pass some of the times
While other kids read books like Go, Jane, Go!
Vincent’s favourite author is Edgar Allen Poe

One night, while reading a gruesome tale
He read a passage that made him turn pale

Such horrible news he could not survive
For his beautiful wife had been buried alive!
He dug out her grave to make sure she was dead
Unaware that her grave was his mother’s flower bed

His mother sent Vincent off to his room
He knew he’d been banished to the tower of doom
Where he was sentenced to spend the rest of his life
Alone with the portrait of his beautiful wife

While alone and insane encased in his tomb
Vincent’s mother burst suddenly into the room
She said: “If you want to, you can go out and play
It’s sunny outside, and a beautiful day”

Vincent tried to talk, but he just couldn’t speak
The years of isolation had made him quite weak
So he took out some paper and scrawled with a pen:
“I am possessed by this house, and can never leave it again”
His mother said: “You’re not possessed, and you’re not almost dead
These games that you play are all in your head
You’re not Vincent Price, you’re Vincent Malloy
You’re not tormented or insane, you’re just a young boy
You’re seven years old and you are my son
I want you to get outside and have some real fun.”

Her anger now spent, she walked out through the hall
And while Vincent backed slowly against the wall
The room started to swell, to shiver and creak
His horrid insanity had reached its peak

He saw Abercrombie, his zombie slave
And heard his wife call from beyond the grave
She spoke from her coffin and made ghoulish demands
While, through cracking walls, reached skeleton hands

Every horror in his life that had crept through his dreams
Swept his mad laughter to terrified screams!
To escape the madness, he reached for the door
But fell limp and lifeless down on the floor

His voice was soft and very slow
As he quoted The Raven from Edgar Allen Poe:


“and my soul from out that shadowthat lies floating on the floorshall be lifted? Nevermore…”

O Eterno Retorno

O Eterno Retorno é um conceito não acabado em vida pelo filósofo Friedrich Nietzsche. Ele mesmo considerava como seu pensamento mais profundo e amedrontador.

Um dos aspectos do Eterno Retorno diz respeito aos ciclos repetitivos da vida: estamos sempre presos a um número limitado de fatos, fatos estes que se repetiram no passado, ocorrem no presente e se repetirão no futuro.

Ouroboros
Com o Eterno Retorno Nietzsche questiona a ordem das coisas. Indica um mundo feito de pólos opostos e inconciliáveis, mas de faces complementares de uma mesma - múltipla, mas única - realidade. Logo, bem e mal, angústia e prazer, são instâncias complementares da realidade - instâncias que se alteram eternamente.

Como a realidade não tem objetivo, ou finalidade (pois se tivesse já a teria alcançado), a alternância nunca finda. Ou seja, considerando-se o tempo infinito e as combinações de forças em conflito que formam cada instante finitas, em algum momento no futuro tudo se repetirá infinitas vezes. Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente.

Portanto, para mim o Eterno Retorno em Nietzsche não representa a repetição estéril, idêntica de um passado, mas um princípio seletivo. Trata-se de prometer viver cada um dos instantes de sua vida não como se fosse o último, o que seria desesperador, mas como se quiséssemos o seu retorno. É um ato de afirmação contínuo.

28/06/2011

Não descarte essa ideia, tudo é codificado.

Dizem que recentemente entramos na era digital, em que tudo é número. Na realidade, entramos nela com Descartes (1596-1650), uma vez que, para ele tudo o que existe fisicamente é mensurável, corresponde a quantidades, a números: o real é "numerizável". 

Devido às coordenadas cartesianas - eixo das abscissas e ordenadas - tudo que existe na ordem dos corpos, na ordem física, é do âmbito do espaço, sendo, portanto, mensurável, quantificável, podendo ser expresso sob a forma de relação entre números. E esse é o princípio da realidade virtual, onde tudo o que vemos corresponde a códigos binários, isto é, tudo o que vemos na tela do computador foi escrito, pode ser escrito.

Pode-se escrever o mundo com 1 e 0, alinhados segundo certas regras. Tudo o que existe espacialmente pode ser expresso em fórmulas. Eis por que, entre outras coisas, Descartes é genial. Mostrou como toda a geometria pode ser "aritmetizada", como tudo o que existe no espaço pode ser expresso sob a forma de números. A natureza pode ser escrita.  

O Diabo Mesquinho

Literatura russa é sempre uma boa pedida em dias frios.

"Seus sentimentos eram apáticos; sua consciência, uma engrenagem que corrompia e matava. Tudo o que chegava a ela transformava-se em infâmia e lama. Nos objetos, ele percebia apenas os defeitos, e isso o alegrava. Quando passava em frente a um poste reto e limpo, sentia vontade de entortá-lo ou sujá-lo. Ria com alegria quando sujavam algo em sua presença. Não havia objetos que ele pudesse amar nem pessoas por quem pudesse sentir afeição - por isso a natureza podia agir apenas em uma direção em seus sentimentos: esmagando-os. Para ele, ser feliz significava não fazer nada e, fechando-se no seu mundo, satisfazer as próprias vísceras."

O Diabo Mesquinho, Fjodor Sologub - Editora Kalinka

27/06/2011

Márcia Tiburi e a sua Filosofia no Rock

O CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro -  está promovendo o debate Filosofia do Rock, de maio a novembro de 2011, com um encontro por mês - totalizando sete debates - sobre renomados artistas do rock internacional ou nacional relacionados com outros também renomados expoentes da filosofia contemporânea. A moderadora dos encontros será Márcia Tiburi, doutora na área, e contará com a presença de convidados do meio musical (Zélia Duncan, Thedy Corrêa e Nelson Motta).


A iniciativa não possui fins lucrativos, uma vez que a entrada é franca, com senhas sendo distribuídas uma hora antes do evento. Os debates têm como objetivo analisar os diálogos existentes entre a filosofia e um dos estilos musicais mais populares do mundo. Combinações como Bob Dylan e Walter Benjamin, Legião Urbana e Michael Foucault, Rolling Stones e as filosofias negativas chamam a atenção tanto dos fãs dos artistas quanto dos pensadores.

A primeira vista o evento muito me interessou. Convoquei amigos que também se interessaram pela temática e fui assistir ao debate sobre Bob Dylan e Walter Benjamin (grande expoente da Escola de Frankfurt). Me deparei com uma enorme fila à espera das senhas que seriam distribuídas. A demanda estava alta. Sala cheia, pessoas ao aguardo de desistentes no lado de fora, assim se iniciava o debate.

É então que somos apresentados à moderadora, Márcia Tiburi, e descobrimos que os debates foram por ela idealizados. Minha expectativa quanto ao seu entendimento sobre o tema ficou elevada. Entretanto, logo em seguida Tiburi soltou a seguinte frase: "Eu mesma não gosto muito de escutar música. Mas achei interessante propor esse debate. Para isso chamamos convidados do meio musical".

A expectativa caiu, mas foi ao ouvir Thedy Corrêa que tudo piorou: "Não sou nenhum profundo conhecedor das obras e vida do Bob Dylan..." e enquanto dizia isso folheava o livro do Walter Benjamin, o qual deve ter tentado ler semanas antes do debate.

A avaliação final foi abaixo do que era esperado, muito devido a falta de consistência dos assuntos abordados pelos dois personagens à minha frente. Mas o Indicador não se conteve e foi catucar no google algum artigo relacionado ao tema que lhe atiçou. E encontrou a Monografia  de Conclusão de Curso de Filosofia elaborada por Lucas Gurgel do Amaral Carleial, sobre A Filosofia de Nietzsche no Rock.

Indicativo Presente

O Indicador Oculto, ou então Indicador, o culto, está presente.

Sim, isso pode até parecer um modo ou tempo verbal*, mas para inaugurar o blog é preciso registrar que o Indicador está ativo e presente.

*"Presente do Indicativo - expressa o fato no momento em que se fala."









O objetivo do blog será expressar, indicar, deduzir e acusar fatos, ideias e momentos.



Se eu pudesse usar um comercial pra divulgar a proposta do blog, ele seria mais ou menos assim:
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