07/10/2011

A menina que roubava livros - Livro pro fds

"Quando a morte conta uma história, você tem que parar para ler." Esta é a frase que me convidou a prestar atenção neste romance do australiano Markus Zusak, escrito em 2005. Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores romancistas da atualidade, sendo batizado por críticos australianos e norte-americanos como um "fenômeno literário".

Como a frase inicial do post aponta, A menina que roubava livros tem como narradora a Morte. Esta saída literária torna o enredo inusitado, visto que o ponto de vista de quem narra é oposto ao de quem lê. Isso fica ainda mais evidente, visto que o período que o enredo da história percorre é um dos quais a Morte mais teve trabalho, a Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, o personagem principal da história não é a Morte, e sim Liesel Meminger. Uma garota que encontra a narradora três vezes no período entre 1939-45 na Alemanha Nazista. E é nestes encontros que nasce na Morte a vontade de contar a história da roubadora de livros que ousou viver e sobreviver este período tão ardo, e proveitoso para a Morte.

Como diz no livro, um dia todos irão conhecer a Morte, mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena. Selecionarei uns trechos do livro, onde a excelente narrativa de Markus Zusak se faz presente de forma primorosa.

"Primeiro, as cores. Depois, os humanos. Em geral, é assim que vejo as coisas. Ou, pelo menos, é o que tento."

"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-las."

"Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pausada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente."

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