23/08/2011

Eutanásia e a Sociedade

O termo eutanásia é de origem grega (eu - thanatos, sendo que thanatos era na mitologia grega a personificação da morte) e significa boa morte ou morte feliz. Na verdade, a eutanásia é a ideia de acelerar ou produzir a morte de alguém para seu próprio benefício, ou seja, procura dar a um doente incurável uma morte sem sofrimento. Ela se resume em administrar drogas letais ao paciente terminal ou interromper tratamentos terapêuticos que prolonguem a vida do paciente.

A eutanásia vem sendo praticada desde épocas remotas pelos povos primitivos. A Bíblia, por exemplo, em Samuel 31 1-13, narra um dos primeiros casos de Eutanásia de que se tem registro na história. Desde a Antiguidade, existem médicos para apressar a morte, seguindo tradições e práticas culturais dos povos primitivos.

Com o surgimento do Cristianismo, tais práticas tiveram seu término com a introdução de conceitos como o da sacralidade da vida e o poder exclusivo de Deus sobre a vida e a morte de todos os homens. Do ponto de vista religioso, a eutanásia é um tema polêmico, porque nenhuma religião admite que o homem tenha poder absoluto sobre a vida ou a morte, mesmo que seja a sua.

O Estado também tem sua posição contrária a eutanásia, pois todo Estado tem como princípio a proteção da vida de seus cidadãos, porém existem aqueles que se julgam no direito de antecipar a morte devido ao estado precário da sua saúde, repleto de sofrimento, ou da de pessoas próximas.

Entretanto é importante lembrar que a eutanásia não está ligada somente à morte, mas também à vida e à dignidade humana. É muito difícil compreender o que a morte significa para as pessoas. A dignidade humana comporta, no seio de sua essência, os valores de uma sociedade. No entanto, e no caso de um ser humano em estado terminal que peça a eutanásia, a sua dignidade passa pelo direito a ser tratado como qualquer ser humano saudável e não a ser tratado como se já estivesse sem vida.

Um filme muito bom e que aborda bastante a temática da Eutanásia é o filme espanhol "Mar Adentro" de 2004 e que ganhou o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme de língua estrangeira. Foi com este filme que o excelente ator Javier Barden, que interpreta primorosamente o personagem principal, ganhou destaque para o cenário internacional.

A sinopse do filme é a seguinte: Após um acidente que lhe deixou tetraplégio, Ramón (Javier Barden) luta para conseguir se livrar de sua atual condição física. Após 26 anos deitado e dependendo de todos à sua volta para tudo, ele chama uma advogada para tentar conseguir legalmente o direito de cometer eutanásia. Lúcido e inteligente, levantará questões morais, com a igreja e a sociedade, tudo baseado em uma história real.


4 comentários:

  1. No dia que separarem TOTALMENTE Igreja e Estado, seremos donos de nossas vidas( e morte) e do direito de fazermos o que quisermos com ela.

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  2. Para mim deveria ser um direito!

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  3. A consideração que a justiça tem pela vida não tem nada a ver com religião, ao menos se você desconsiderar as instituições religiosas como formadoras de princípios. A justiça vê a vida não como um direito apenas da pessoa, mas um valor que tem importância coletiva para toda a sociedade.

    É por não relativizar a vida que a eutanásia e o suicídio (por engraçado que pareça) são crimes. É uma discussão muito complicada, que envolve muitas coisas, muitos princípios pétreos.

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  4. coincidentemente hoje eu estava fazendo um trbalho de filosofia sobre o tema da proibiçao de autanasia.Esse é meu ponto de vista:
    Para responder isso é necessario pensar com mais de uma visão.Pois a eutanasia engloba questões filosoficas, científicas e religiosas.
    Pois se tratendo de morte, principalmente de uma morte que não deixa de ser um assassinato, é dificil ter uma opinião formada sobre apenas um ângulo de pensamento.
    Para mim, o fator principal que deve ser considerado é a vontade do paciente.Afinal eu penso que se
    a pessoa for maior de idade, como na maioria dos casos, e ela optar por tirar sua vida, não há decisoes que posam ser tomadas.Pode-se até tentar convencer esse alguém do contrario, mas a decisao do que fazer com nossas vidas cabe somente à cada um de nos.
    Mas a questão inicial é se a eutanasia deve ser considerada um crime.Bem, se em algum momento ter autoridade sobre sua vida, e não querer sentir
    dor forem considerados crimes, a eutanásia tambem deverá.Caso o contrário não vejo razão alguma de qualquer pessoa que for se sentir tão autoritario e prepotente para ousar tranformar esse ato de certa ‘gentileza’ em crime.
    Muitos que seguem as religiões ocidentais se baseiam no ensinamento bíblico de não tirar nenhuma vida, inclusive a propria.Mas quem se baseia na bíblia deve lembrar também que
    la diz claramente que haverá o julgamento dos céus para cada homem que morrer, e que esse julgamnto é um trabalho relizado pelo Deus.Portanto quem se posiciona contra a eutanásia se baseando numa lei religiosa alegando seguir seus mandamentos, estará desrespeitando o maior de todos eles, pois essa pessoa estará fazendo o papel de um deus.

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