27/08/2011

A Água e a Humanidade

Frequentemente a água representa a fonte da vida, mas também é em diferentes culturas quem lhe conduz à morte ou ao submundo. A água se move de cima para baixo, sempre adotando o curso mais fácil e, por esta razão, é um poderoso símbolo que muda de forma. A água é tanto dinâmica quanto caótica, movimentando em forma de ondas e espirais e nunca tomando um único caminho.

A imensidão dos oceanos do mundo explica como uma quantidade de água sem limites serviu de inspiração e criação para muitas mitologias. Sendo o berço de todos os tipos de vida, os oceanos foram dotados de qualidades maternais e revigorantes, nutrindo aqueles que vivem de seus frutos. Porém, os mares também são imprevisíveis, representando perigo repentino, monstros à espreita, tempestades e o submundo.

Um rio corrente geralmente representa o tempo, a história ou a duração de uma vida humana. As tradições islâmicas, judaicas, cristã, hindu e budista falam de quatro rios da vida que fluem do paraíso em quatro direções, simbolicamente dividindo a terra em quartos. Eles estão associados à iluminação, ao poder espiritual, à alimentação e à morte.

A água que emerge do chão tem uma conexão especial com o submundo e a fonte da vida. Poços e as nascentes são associados ao útero da terra, eles teriam poderes para realizar desejos, prever o futuro e proporcionar a cura.

Na tradição islâmica, a água aparece basicamente como a fonte e o alimento da vida e para a purificação. A chuva, os rios e as fontes são símbolos da benevolência e misericórdia de Alá que, segundo a tradição islâmica, ama aqueles que se purificam com água.

Todas as histórias de inundações podem ser entendidas como símbolo do caos que surge quando a humanidade está fora de alinhamento com as leis espirituais da natureza. A história de Noé descreve a inundação como punição de Deus para os pecados humanos. História essa muito, mas muito mesmo, parecida com épico babilônico de Gilgamesh (lembrando que o povo babilônico viveu séculos antes do nascimento de Jesus).

Neste épico babilônico, Utnapishtim conta para Gilgamesh sobre uma inundação de sete dias, a qual ele sobreviveu construindo um barco para sua família, seus serventes e um casal de todos os animais. O barco parou no topo de uma montanha, onde os deuses conferiram a imortalidade à Utnapishtim e sua esposa. Histórias sobre inundação são contadas em muitas culturas.

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