O livro foi escrito em 1948, pós Segunda Guerra e pré Guerra Fria, e retrata um mundo dividido entre 3 superpotências (Oceania, Lestásia e Eurásea) num futuro não muito distante daquela época. A data no título é simbólica, onde o autor apenas inverteu os dois últimos dígitos do ano em que elaborava sua obra.
Mapa das 3 Superpotências (em amarelo são as áreas em disputa) |
A história narrada é a de Winston Smith, um homem com uma vida aparentemente insignificante, que trabalha em um órgão público - o Ministério da Vedade - e que possui a tarefa de perpetuar a propaganda do regime através da falsificação de documentos públicos e da literatura a fim de que o governo sempre esteja correto no que faz. Smith fica cada vez mais desiludido com sua existência miserável e assim começa sua rebelião contra o Partido.
O Partido é o grupo que se mantêm no poder através de métodos semelhantes aos nazistas, comunistas ou fascistas, entretanto de forma explícita. O Partido é marcado pela onipresença do Grande Irmão (Big Brother) que ao país governa e a todos vigia. O lema do Partido é "Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força."
As principais representações do Partido são os Ministérios, que são encarregados de manter a harmonia da ideologia do Partido. Por exemplo, já falamos do Ministério da Verdade, que controla a censura e modifica/falsifica documentos, notícias passadas e livros; o Ministério da Paz é o responsável pela Guerra; o Ministério da Fartura é o responsável pela fome; e o Ministério do Amor que é o responsável pela espionagem e controle da população.
O livro é excelente e repleto de ideias interessantes. Por exemplo, no livro, Orwell expõe uma teoria da Guerra. Segundo ele, o objetivo da guerra não é vencer o inimigo nem lutar por uma causa. O objetivo da guerra é manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura e aos bens materiais das classes baixas. A guerra serve para destruir os bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem cultura e riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos.
Como toda grande obra, este livro serviu de inspiração para muitos artistas, e muitas outras áreas do conhecimento. Pode-se dizer que a pior contribuição foi a propagação do reality show Big Brother, criado pela produtora holandesa Endemol.
O álbum Diamond Dogs do camaleão David Bowie, que foi lançado em 1974, é um álbum conceitual. Uma vez que Bowie queria realizar uma produção cinematográfica de 1984, mas os detentores dos direitos autorais de Orwell não cederam. Então, Diamond Dogs foi produzido usando as letras escritas por Bowie para o filme, como deixa claro nas faixas "1984", "Big Brother", "Candidate", "Future Legend" e a incrível "Rebel, Rebel".
Outra importante referência ao livro 1984 é o comercial de lançamento do primeiro Macintosh produzido pela Apple. O comercial de um minuto, com o orçamento mais caro até então, foi ao ar uma única vez, no dia 24 de janeiro, durante um intervalo do SuperBowl. Sua repercussão foi enorme, gerando muito espaço espontâneo de mídias nos dias seguintes. O comercial foi elaborado pela agência Chiat/Day e teve como diretor Ridley Scott, que já tinha no currículo Alien (1979) e Blade Runner (1982). É simplesmente considerado como o melhor comercial de todos os tempos.
Muito bom post!
ResponderExcluirPra mente, ouvidos e olhos...
Sugestão: http://blog.brasilacademico.com/2011/11/orwell-versus-huxley.html
ResponderExcluirDescrição do livro muito boa.
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