02/08/2011

A Era dos Cavaleiros

As Cruzadas Cristãs ocorreram no mesmo período em que os Cavaleiros estavam em evidência no continente europeu. E talvez por causa disso, sua presença é marcante na literatura da época, o que acabou glorificando e romantizando sua imagem. A definição mais simples dada para "Cavaleiros" é "Soldado Profissional". Entretanto, o termo também é associado à fidalguia, ao caráter, à ética e a compaixão.

Carlos Magno - séc VIII - havia criado um sistema de recrutamento militar, que resultou num "culto" aos fidalgos guerreiros, cujo código de conduta tornou-se um ideal romântico, apesar da realidade ser muito diversa.  A formação do cavaleiro tinha início por volta dos 12 anos de idade, quando era obrigado a trabalhar como cavalariço durante dois anos, passando depois a ser escudeiro e aprendiz de cavaleiro. O treinamento incluía aulas de montaria, arco e flecha, espada e luta corporal.

Além do preparo militar, a educação sempre dava ênfase à caridade cristã, incentivando a piedade, honra, respeito às mulheres e compaixão pelos necessitados. Aos 21 anos, caso merecesse, o jovem era ordenado cavaleiro. No início não havia muita distinção de classe social entre eles. Qualquer um que tivesse dinheiro para se submeter ao treinamento e adquirir o equipamento poderia se tornar um cavaleiro.

No final do século 12, a própria literatura passou a glorificar e romantizar a figura dos cavaleiros. Surgiram na Europa os romances de cavalaria e a poesia trovadoresca, nas quais o culto ao indivíduo era marcante, além da presença do amor e de Deus. Imagem que dura até os dias atuais, o que serve para reforçar o que foi escrito no post sobre A arte de contar histórias.

Naquela época o cavaleiro, vestindo uma armadura, armado com espada e lança montado em um cavalo era uma verdadeira "máquina" de guerra que atraía e seduzia as pessoas. Muitos cavaleiros (principalmente os que não eram de famílias nobres) também mantinham acordos com senhores feudais para proteção de propriedades e bens, assim como para representá-los em disputas que fossem banais (duelos, por exemplo) ou participar de seus exércitos nos casos de guerra.

Embora os cavaleiros não fossem necessariamente parte da nobreza e nem todos os nobres fossem cavaleiros, as duas classes passaram a se fundir nesse período. No início do século 13 a cavalaria passou a ser formada por filhos da nobreza, porém grande parte não exercia a função de soldado. Data desse período a realização de torneios em que os cavaleiros demonstravam suas habilidades e o início da heráldica, em que uma casa de nobreza se distinguia das outras por realizar seu próprio brasão de armas.

Um comentário:

  1. Gostei do blog, você escreve sobre assuntos muito interessantes.
    Logo estarei de volta pra ler mais posts.
    Até a próxima.
    Abraço.

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