Boa ventura! Expressão que significa o mesmo que "boa sorte", "boa fortuna". E esta última pode ser usada em seu sentido literal neste livro, uma vez que o montante total que foi retirado de solos brasileiros girou em torno de 1000 toneladas de ouro, em um período de praticamente 100 anos. Isso sem contar a quantidade absurda de brilhantes, tudo - metais e pedras preciosas - depositados praticamente à flor da terra.
Este livro não é ficção, é sim uma fascinante reportagem histórica, com um texto sedutor, capaz de te prender página por página. A narrativa ganha contornos de aventura do início ao fim - dos 200 anos de busca do El Dorado tupiniquim à descoberta e exploração da maior reserva de ouro até então conhecida no planeta.
O autor, Lucas Figueiredo, é um jornalista e escritor multipremiado (já ganhou diversos Prêmios Esso e o Prêmio Jabuti em 2010), segue as pegadas fincadas nas picadas da mata por gerações de aventureiros. O subtítulo do livro já dá um parecer sobre do que ele se trata: Boa ventura! A cobiça que forjou um país, sustentou Portugal e inflamou o mundo.
Ao final do livro, que pode ser facilmente consumido durante um fim de semana, é possível traçar um painel da grande transformação brasileira durante esse período (1697-1810). Estimulada pela corrida do ouro, a imigração contribuiu para transformar uma colônia de 300 mil habitantes em robusta colônia de 3,6 milhões, em apenas 113 anos. A busca pelo metal ajudou a ocupar e proteger as fronteiras do Brasil, a desenvolver a agricultura e até mesmo as artes (vide o movimento de arte barroca nas cidades mineiras durante esse período).
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